A proibição da revista íntima nas unidades prisionais levanta sérias preocupações sobre a segurança dos policiais penais, da instituição e da sociedade como um todo. Embora essa medida seja frequentemente justificada, sob a ótica da dignidade humana, sua aplicação indiscriminada abre brechas para a intensificação do tráfico de drogas, de armas e de outros itens ilícitos dentro das prisões de todo país.

A segurança dos policiais penais é diretamente impactada por essa restrição. Sem o devido controle sobre os visitantes e os internos, aumentam-se os riscos de confrontos, rebeliões e atentados dentro das unidades. A introdução de celulares, por exemplo, fortalece o crime organizado, permitindo que líderes de facções continuem operando suas redes criminosas de dentro dos presídios.

Além disso, a instituição como um todo se torna mais vulnerável, pois perde um dos mecanismos mais eficazes para coibir a entrada de objetos ilícitos. Alternativas tecnológicas, como scanners corporais, muitas vezes são insuficientes ou ineficazes diante de métodos cada vez mais sofisticados de ocultação de materiais proibidos.

Diante desse cenário, surge uma pergunta essencial: a quem realmente interessa essa proibição? Certamente não à sociedade, que almeja um sistema prisional seguro e eficiente. Tampouco aos policiais penais, que enfrentam desafios diários para manter a ordem. A proibição, na prática, favorece aqueles que lucram com a fragilidade do sistema: organizações criminosas que exploram cada brecha para expandir suas atividades ilícitas.

Garantir a dignidade dos visitantes e dos detentos é fundamental, mas não pode se sobrepor à necessidade de segurança e controle dentro das unidades prisionais. O equilíbrio entre direitos individuais e a proteção da coletividade deve ser a prioridade na formulação de políticas voltadas ao sistema penitenciário.

Ricardo Roland
Consultor de segurança

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