Ouvir o silêncio é fundamental. A barulheira nos atormenta. Incluem-se nessa esculhambação os sons exagerados e desconexos, as vozes estridentes que nos oferecem soluções para tudo o dia todo, os vendedores de ilusões, os falsos profetas e tantos outros personagens que permeiam os tempos recentes com suas superficialidades disfarçadas em quase santidades compradas em alguma lojinha de 1,99 por aí.

Permitir-se ouvir, escutar o que nos dizem os ventos, as árvores, os pássaros, a dança das águas ou, até mesmo, a quase total ausência de som, quando buscamos um ambiente recluso, tudo isso é libertador, agregador de valores.

Faça essa experiência: evite as conversas improdutivas, os encontros interesseiros. Busque você! Dê-se de presente; de forma inteira, autêntica, despojada, honesta. Pare, ouça a natureza, ouça você e, a partir daí, comece um diálogo com seu interior, deixando fluir pensamentos, sorrisos, lágrimas, confissões, perdões, pedidos de socorro e tudo mais que te faça bem, que te valorize por quem você é, não pelo que você tem ou pode proporcionar a terceiros, que geralmente te sugam além do material, invadindo sua existência com atitudes tão mesquinhas e rasteiras, que te deixam sem força e, por vezes, desacreditado de tudo e de todos.

Conecte-se a você! Reconquiste sua fé! Reserve um tempo para respirar, meditar. Tudo ao seu modo, sem cartilhas prontas, sem necessitar de cursos vendidos na internet, sem ser mais uma vítima de pseudos líderes religiosos ou espertalhões que prometem te ensinar até a viver.

Confie em Deus e em você! O restante será consequência desse grandioso mistério que é a vida.

João Ricardo Correia
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